segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Resenha: Antônio: O Primeiro dia da Morte de um Homem - Domingos Oliveira

Antônio: o primeiro dia da morte de um homem
Autor: Domingos Oliveira
Páginas: 176
Editora: Record
Ano: 2015

Ficção nacional, Romance

Um pungente romance sobre relacionamentos recheado de cenas antológicas de amor, dor, amizade e sexo 
Em seu primeiro romance, Antônio: o primeiro dia da morte de um homem, Domingos Oliveira, com estilo próprio, constrói uma narrativa de entrega e liberdade. Professor, roteirista, escritor frustrado, homem que já não é garoto, Antônio é um protagonista inesquecível, e nas páginas do romance faz o que todo personagem deveria fazer: vive. Ele ama, sofre com o término de um longo casamento, apaixona-se por Manuela e Nádia – vértices de um delicioso triângulo amoroso –, escreve, luta por reconhecimento, tudo isso observado pelo espectro do amigo Eduardo, recém-falecido, que não se furta a emitir opiniões e tentar interferir nas decisões de Antônio.Antônio é um livro que, se carrega muito da dramaturgia de Domingos, é literatura de primeira, um livro que nasce clássico.

Antônio almeja ser um escritor reconhecido. Em busca disso, decide escrever sobre um dono de uma banca a qual sempre passava. O personagem que nomeia este livro, tem sentimentos intensos, pensamentos rápidos sobre a vida. Antônio vive, se abala, se alegra, anseia.
Para dizer a verdade, Cavalcanti gostava de dormir em cima de seu dinheiro,. Porque não tinha a menor ideia do que fazer com ele.
Cavalcante é o dono da banca, assim como Antonio, vive a vida de modo descontraído e despreocupado com certas opções. Esse é um homem corajoso e de fibra, que merece ter um livro de sua vida.
Cavalcanti, no tempo em que amou e viveu, teve e perdeu tudo várias vezes. Hoje tem pouco, a não ser tudo isso dentro dele.


Ele se joga no que a vida lhe oferece. Depois de um longo casamento, se vê trocado por um homem mais novo, com mais vigor. Sua mulher o deixa pois se cansou de certa forma. Ainda continuam amigos, o que faz Antônio repensar certos aspectos de sua vida. 
A melhor amiga que um homem pode ter é sua ex-esposa, uma mulher com quem você já foi muito para a cama.


Em uma ida ao cinema, encontra uma mulher mais jovem, que julga ser uma de suas alunas. Eles se envolvem num caso. Dias depois recebe uma proposta de duas namoradas. O trio então segue em uma quase paixão, com sentimentos fulgurantes, luxúria em busca de conhecimento do corpo alheio e de seu próprio.
Um dos maiores prazeres da vida é descobrir que muitos tabus que nos fazem sofrer  e nos limitam são feitos de vidro fino.

Nádia amava Manuela que amava Nádia que amava Antônio que amava Manuela que amava Nádia e Antônio que amava Antônio e Manuela até o mistério completar-se e os três amarem os três.
Embebidos em bom humor e em aventuras nunca antes pensadas pelo nosso personagem, o leitor é levado a imaginar o que se passa no quarto dos espelhos. Três corpos entrelaçados aos lençóis, suor e deleite em uma cama.
O sangue de Antônio imediatamente invade seus canais cavernosos.

Com cenas de sexo filosóficos, caracterizados pelo abstrato em conjunções com o conhecido, Domingues nos expõe a situações cotidianas de um modo épico. Fatos antes não aspirados, passam a ser cuidadosamente descritos com uma reflexão peculiar. Entre lençóis, excreções e imagens de 3 corpos que se tragam um ao outro, a história da morte de um homem.
O covarde morre muitas vezes, porém o bravo encontra a morte apenas uma vez
E ai, o que achou do livro? Se interessou? Deixe um comentário! Vou adorar saber sua opinião.

·    Domingos Oliveira nasceu no Rio de Janeiro em 1936. Em mais de sessenta anos de profissão, já escreveu 23 peças, dirigiu 59, publicou três livros, lançou seis traduções, dirigiu dezesseis longas-metragens, desde Todas as mulheres do mundo (1967) até Infância (2014). 

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Caixinha de Correio #6: Recebidos de Janeiro


Olá pessoa, hoje a caixinha de correio vai ser um pouquinho diferente. Criei um canal no youtube para falar um pouquinho mais dos livros que vemos aqui no blog. O primeiro vídeo foi o Bookhaul de janeiro, você pode assistir o vídeo abaixo.


E para aqueles que preferem fotos dos livros, com um pouquinho mais de detalhes e a sinopse oficial, é só continuar lendo!

Título: O Santo Inquérito
Autor: Dias Gomes
Páginas: 126
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2015

O santo inquérito conta a história de Branca Dias, cristã nova e ingênua, filha de Simão Dias e noiva de Augusto Coutinho, que foi vítima de perseguição após cometer um ato que, aos seus olhos, julgava ser de extrema bondade: salvar de um afogamento o padre da cidade.
Esta é uma das grandes peças brasileiras modernas, por suas intenções artísticas e por suas preocupações sociais. Baseando-se num episódio histórico – ou lendário, como o de Branca Dias, vítima da Inquisição que alguns estudiosos veem como uma espécie de Joana D’Arc cabocla –, Dias Gomes afasta, de imediato, as fáceis, espetaculares e vistosas pompas que um escritor romântico traria para o palco. O que lhe importa é o conflito entre a pureza da personagem, a sua boa-fé, a sua sinceridade, e aqueles que deturpam seu comportamento, enxergando-o como uma ameaça à ordem e ao sistema de ideias estabelecidos.


Título: As Idades de Lulu
Título Original: Las edades de Lulu
Tradutor: Luís Carlos Cabral
Autora: Almudena Grandes
Páginas: 252
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2015

Ainda mergulhada em medos oriundos de uma infância desprovida de afeto, Lulu, uma jovem de quinze anos, é seduzida por Pablo, amigo de seu irmão mais velho, que sempre nutriu por ela um fascínio secreto. Após uma primeira experiência, Lulu aceita o desafio de prolongar indefinidamente, em seu relacionamento, a iniciação sexual através de peculiares preliminares e submissão. Mas o encanto de viver em um mundo tão ilusório, de repente, se quebra, quando Lulu, aos trinta anos, adentra, desamparada e febrilmente, o inferno dos desejos proibidos.Apontado por toda uma geração de leitores como uma crônica sentimental e passional do seu tempo, As Idades de Lulu revelou ao mundo o talento de Almudena Grandes. Nesta, que é a edição definitiva da obra, o texto foi inteiramente revisto pela autora, que também acrescenta um prólogo no qual recorda sua importância para a literatura espanhola contemporânea. 


Título: Sem tetas não há paraíso
Título Original: Sin tetas no hay paraíso
Autor: Gustavo Bolívar Moreno
Tradutor: Luís Carlos Moreira Cabral
Páginas: 308
Editora: Record
Ano: 2015
Catalina tem 14 anos e leva uma vida difícil em Pereira, na Colômbia. Sua melhor perspectiva para o futuro é se casar com o namorado, Albeiro, e construir uma vida simples. Mas não é o suficiente para ela. A felicidade é sinônimo de carros imponentes, imóveis majestosos, roupas de grife, perfumes caros, joias.
E o primeiro passo para conseguir tudo isso é colocar próteses de silicone. Afinal, Catalina é muito bonita, mas, por experiência própria, quando o assunto é sexo, peitos são o que os homens realmente querem. E os homens em questão são os traficantes de drogas colombianos. Assim, Catalina se vê em um ciclo vicioso: precisa do dinheiro de um traficante para a cirurgia, mas, ao mesmo tempo, só conseguirá chamar atenção de um deles quando tiver seios fartos. Determinada aencontrar um meio de obtê-los, ela é obrigada a enfrentar uma longa, violenta, exaustiva e, muitas vezes frustrante, jornada. Mas seria mesmo o silicone sinônimo de felicidade?



Título:  Sorria você está sendo iluminado
Autor: Felipe Guga
Páginas: 96
Editora: Galera Record
Ano: 2015

Um convite ao leitor para visões de mundo mais profundas, ideias jovens e novas atitudes.
Como descreveu o jornal O Globo, “foi um coração partido, esse amargo combustível, que empurrou Felipe Guga em direção a uma série de desenhos que fazem sucesso on-line” – já são quase 100 mil seguidores no Instagram.
De Osho a Gandhi, de Jesus a Neil Young. O trabalho do artista se inspira em aforismos diversos, e as frases motivacionais se misturam a desenhos modernos e contestadores para espalhar luz, amor e gratidão.
Guga traz consigo o dom de acender a esperança nos corações dos que o seguem, mas também sabe adotar um tom provocador, daquele que nos tira da zona de conforto do dia a dia e faz pensar. Sua arte, exposta ao público, vai além do contemplativo.
Um ótimo presente, para os queridos ou para si mesmo, este é um daqueles livros que provoca emoções e faz refletir sobre o poder da fé. Que traduz sentimentos em cores e nos faz sorrir, quando confrontados à iluminação da arte.




Título: H Stern, a história do homem e da empresa
Autor: Consuelo Dieguez
Páginas: 269
Editora: Record
Ano: 2015

A jornalista Consuelo Dieguez resgata a história do fundador da H. Stern e a trajetória da joalheria no livro “H Stern, a história do homem e da empresa”. A autora percorre a infância de Hans Stern em Essen, na Alemanha, passa por sua chegada ao Rio ainda na adolescência na década de 30, até se debruçar sobre a criação e evolução da joalheria carioca, que completou 70 anos este ano.

Esse foi o BookHaul de Janeiro, se você gostou do vídeo, se inscreva no canal e fique por dentro do que está por vir! Gostou de algum livro, se interessou? Deixe sua opinião nos comentários, vou adorar saber!  

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Resenha: Marianas - A civilização dos sonhos - E. Chérri Filho


Título: Marianas, a civilização dos sonhos
Autor: E. Chérri Filho
Página: 192
Editora: Giostri
Ano: 2015


O extraordinário amor entre um homem e uma sereia nasce e enfrenta grandes dificuldades em meio à disputa de poder no fundo dos mares, numa civilização amiga cuja existência é negada ou escondida pelos livros de História. Jeremy e Licia operam um no outro grandes transformações de pensamentos e sentimentos, em razão do que vivem, inusitado, intenso e sincero. Embarque com eles nesta viagem da qual certamente você não voltará o mesmo.
De início, é um livro bem envolvente com um mistério que o leitor anseia desvendar. Os fatos vão se desenrolando de forma rápida e ficamos cada vez mais curiosos a cerca dos próximos passos dos personagens. Porém, próximo do quinto capítulo as coisas vão desandando. Os diálogos vão se tornando forçados e os acontecimentos premeditados. tudo se desenvolve rápido demais e o leitor se perde na história. 


Jeremy é um cientista que desde criança sonhou com a profundeza das águas do oceano. Ele acreditava que por lá existiriam seres místicos ainda não descobertos pela sua ciência. Após anos de estudo, conheceu Franchi, que lhe incentivou na empreitada de buscar tais seres. Com apoio dele, Jeremy parte para Marianas, onde com todo coração sentia estar a cidade dos sonhos.

Depois de meses de viagem para um local deserto no oceano, em um mergulho exploratório, o cientista está em profundidade muito alta e teme por sua vida devido a alta pressão. Quase desacordado, sente um doce toque em seus lábios. Extasiado, desmaia, e ao retornar a vida, vê-se preso em uma espécie de bolha de oxigênio junto de uma bela sereia.


É instantâneo o modo em que ambos se apaixonam ao se olhar. Desejam a companhia um do outro. A sereia Lícia salvou a vida de Jeremy, mas agora ele sabe o segredo de seu povo. Se o conselho deixá-lo voltar a terra, ele poderá contar ao mundo sua descoberta. Porém, seria uma atrocidade permitir que um humano vivesse entre os seres puro do mar. A humanidade quase aniquilou os Ariatas das profundezas, a raça humana jamais seria bem vinda naquela civilização.

Tomado de amor por Lícia, ele explica sua situação e sua dedicação a vida marinha. Comunica seu desejo de permanecer no fundo do mar com esses seres nunca antes vistos e prometer não fazer mal à uma espécie cuja líder dos Ariatas Azuis teria salvo sua vida.

Arrebatado, o conselho permite que o cientista permaneça entre eles, por ter se mostrado de bom coração e merecedor. Através de bolhas de oxigênio, ele poderia viver no fundo do mar, embora isso tivesse consequências. Assim como as sereias muito tempo longe da água, ficar longe de ferra firme poderia danificar o organismo humano.


Havia dois povos, os Ariatas Azuis (já mencionados) e os Ariatas Vermelhos, este, comandado por Zorguin, um sereia-macho egoísta que planeja comandar os sete mares, e para isso, passará por cima de qualquer espécie, até mesmo de seus conterrâneos Azuis. Ao descobrir que um humano habitava a civilização dos sonhos, engenhou um ataque à cidade e a destruiu completamente, quase exterminando os azuis.

Uma grande guerra fora traçada somente pelo ódio de Zorguin, os Azuis tinham coração puro e nunca foram treinados para a batalha, ficando a mercê dos Vermelhos. Em busca de poder, Zorguin em posse de um artefato que permite manipular a mente dos seres, dá vazão ao seu grande plano de conquistar as profundezas. E para isso, usaria de Lícia como isca. Apaixonado pela sereia, seria capaz de tudo para tê-la em seus braços.


O modo como Jeremy e Lícia se apaixonaram foi muito clichê, eles estavam juntos em tão pouco tempo e tinham a certeza de que queriam passar o resto da vida um com o outro, mesmo não sabendo nada um do outro além do nome. Os acontecimentos foram muito repentinos embora o leitor já soubesse onde tudo isso ia dar.

O livro tem uma trama interessante, mas o autor não soube escrevê-la. No início, tudo fluía bem, depois do quinto capítulo, a história foi virando uma espécie de filme da sessão da tarde. Os diálogos eram rasos e diretos demais. Não houve lembranças dos personagens enquanto se falavam. Parecia que os personagens eram obrigados a estarem ali, como se encenassem seus papéis.


A guerra foi iniciada por um motivo torpe e milhares de seres morreram por nada, e em nenhum momento os personagens pararam para refletir sobre isso. Zorguin massacrou milhares e os Ariatas Azuis ainda acreditavam na rendição dele. Era como se os Ariatas Azuis se sentissem culpados por Zorguin ter se tornado mal, sendo que era de sua própria índole. Várias foram as oportunidades que os Azuis tiveram de acabar a guerra matando o líder dos vermes Vermelhos, mas não o fizeram por se acharem puros demais. Enquanto isso, mães e filhotes eram degolados pela cavalaria incessante do cara egoísta que arranjou uma guerra por uma sereia que tinha nojo dele.


Não bastasse isso, as letras eram muito pequenas, encontrei vários erros ao longo do livro, o que impossibilitou a interpretação. Demorei cerca de um mês para concluir a leitura, eu estava praticamente me arrastando para terminar este livro. Outra coisa que me incomodou foi o fato do livro não ter marcação de páginas, que tipo de livro não tem páginas numeradas? Isso me fez ficar perdida e deixou a leitura ainda mais massante.

Apesar de possivelmente ter uma continuação, infelizmente eu não darei outra chance ao autor. Se você está procurando uma guerra inútil por trás de um romance clichê entre o desconhecido, esse é o livro. E ai, o que achou? Já leu esse livro? Se interessou? Deixe nos comentários. 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Uma voz feminina no mundo da ciência - Por Ohana Macacare

A visibilidade feminina no mercado de trabalho sempre foi ofuscada por homens de ternos caros, que na primeira oportunidade expõem suas supostas superioridades sobre mulheres que tanto lutam para achar seus lugares ao sol (tudo bem, isto pode até parecer exagerado e tendencioso, mas por que não seria? Mas vamos voltar no ponto em que eu quero chegar) e no mundo da ciência, não é nada diferente. 

Então, vamos dar um pouco de visibilidade para quem realmente merece, vamos dar visibilidade para mulheres que fazem ciência. O site “Science, it's a girl thing!” (Ciência: um mundo feminino) organizado pela Comissão Europeia, é uma ótima ferramenta para o entendimento simplificado sobre a ciência, principalmente por ter um lugar reservado onde mostram depoimentos de mulheres que trabalham com a ciência, só que temos um problema aqui, como o site é organizado pela Comissão Europeia, os depoimentos apresentados são apenas de cientistas do continente europeu, mas vale muito a pena dar uma olhada, segue o print da página. 


Como meu objetivo é focar no continente americano, segue o link da página “Science, it's a girl thing!”para quem tiver mais interesse(http://science-girl-thing.eu/pt). 

Agora sim, vamos para a América, América Latina para ser mais exata, esbarrando em uma das principais dificuldades femininas, a igualdade salarial. A imagem a seguir foi retirada de um artigo denominado “Mulher latino-americana e caribenha: com mais educação, mas pior remuneração” publicada em 2012 pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 

Então, vamos analisar o gráfico; no gráfico em barras o padrão a ser seguido é o salário mensal de um homem em tal área de trabalho, e contrapondo temos o salário de uma mulher que trabalha exatamente na mesma posição que o homem usado como parâmetro, já no gráfico em pizza temos a comparação numérica entre homens e mulheres no mercado de trabalho. 

Já que nosso tema é “Uma voz feminina no mundo da Ciência” vamos parar um pouquinho para olhar os dados referente a profissão de cientista: para começar (tendo em mente que esses valores são dados em dólar, e que isto não muda o fato de ser um valor salarial baixo) a média salarial tanto feminina quanto masculina é injusta para uma profissão que tanto colabora com o desenvolvimento da humanidade e ainda para piorar a média salarial feminina é cerca de 35% mais baixa que a masculina, ou seja, além de termos uma jornada de trabalho exaustiva (isso em qualquer profissão e não apenas a de cientista), se esforçar ao máximo para demonstrar os resultados de suas pesquisas e ainda (para algumas) ter que dar conta dos trabalhos domésticos, ganhamos menos.

(Juro que vou controlar esta minha revolta, juro também que não vou me deter nos fatos ruins de ser uma cientista, então meus amigos, continuem lendo, porque daqui para frente vou falar de algumas mulheres, brasileiras, que dominam o mundo cientifico). 

Vamos começar por Suzana Herculano-Houzel, “A Neurocientista de plantão”. 

(Antes tenho que confessar que sou apaixonada pelo trabalho dessa mulher, e pela foto ao lado, já dá para imaginar com o que ela trabalha e também o quanto ela tem um bom humor).

Suzana é brasileira, nascida no Rio de Janeiro onde cursou Biologia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) passando pelo mestrado, doutorado e pós-doutorado (no final colocarei o Link do Lattes dela para quem se interessar poder ver). Atualmente é professora na UFRJ e dirigente do Laboratório de Neuroanatomia Comparada na mesma universidade em que leciona. 

Agora vamos falar um pouquinho sobre suas contribuições e para este fim vou usar o artigo “The Human Brain in Numbers: A Linearly Scaled-up Primate Brain”. 

Suzana começa questionando o que faz nosso cérebro ser tão especial, pois nossa espécie (vale ressaltar que por enquanto) é a única que mantem uma consciência de sua existência sempre tentando entender nossa essência, diferentemente de outras espécies. Então, o que nos faz tão especiais? Poderíamos levar em conta o tamanho do cérebro, pois quanto maior o cérebro, maior será a quantidade de neurônios consequentemente maior será a capacidade cognitiva, certo? Errado, se esta dedução estivesse certa, provavelmente os elefantes estariam nos estudando e não ao contrário, logo o tamanho do cérebro não tem relação com a capacidade cognitiva de cada espécie. Para reforçar a exclusividade do cérebro humano, a autora ainda demonstra o quanto a nossa espécie, palavras da própria Suzana, “desvia a relação entre o corpo e tamanho do cérebro”, ou seja, fugimos da regra de que o tamanho do cérebro deve ser proporcional ao tamanho do animal, diz ainda que outros primatas também fogem à regra, mas ainda sim somos mais especializados, e a suposta explicação para isto será o tema do nosso próximo parágrafo; quantidade de neurônio e sua distribuição. 

Fora propagado por muitos anos que o cérebro humano tinha 100 bilhões de neurônios, sendo este um neuromito, pois foi comumente divulgado no campo cientifico porem sem nunca terem realizado experimentos que realmente comprovassem este número. Suzana foi tão F@#% que ajudou a desmistificar este mito, num trabalho muito detalhista ela e sua equipe chegou ao número de 86 bilhões de neurônios (quem se interessar, dê uma olhadinha no link http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/02/23/n%C3%BAmeros-em-revis%C3%A3o/). E qual é o motivo de ser tão importante a quantidade de neurônio e sua distribuição? 

Quanto maior o número de neurônio e com uma melhor distribuição, de uma forma que a comunicação neural seja ampliada, melhor será o intelecto de tal espécie. Vale lembrar que quantidade de neurônios e capacidade intelectual nada tem com volume cerebral. 

E sobre a Suzana, é isto que tenho que falar agora, para quem tiver mais interesse, espero realmente que tenha, segue alguns links:



Priscila Monteiro Kosaka

Sabemos que para detectar células cancerígenas temos que passar por um processo cansativo e doloroso de biopsia, imaginem agora um modo muito mais rápido e fácil de fazer isto e ainda com o câncer em estado inicial, a cientista brasileira Priscila Monteiro Kosaka conseguiu facilitar as nossas vidas. Só para sentirmos um pouquinho do quanto essa mulher tem um poder, ela é doutora em química e atualmente trabalha no Instituto de Microeletrônica de Madri (vou anexar o lattes dela no final). 

Ela desenvolveu um dispositivo que a própria compara com um trampolim (isso mesmo, um trampolim). A identificação de um tumor se dá pela presença de biomarcadores, o nanosensor criado por ela identifica a presença desses biomarcadores os marcando com uma cor avermelhada, assim a superfície do nanosensor contendo as células cancerígena em estado inicial ficará colorido de vermelho.

Agora eu lhes pergunto, qual é o motivo dessa tecnologia não ser aplicada atualmente? Pelo “simples” fato de custar cara para ser amplamente propagado, e o nosso investimento em novas tecnologias sem quase mínimo. 

Mais uma vez, segue os links:

E é isso gente, espero que tenham gostado, espero que tenham lido até o final (risos) e obrigada pela atenção.

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