quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Resenha: Nunca o Nome do Menino - Estevão Azevedo

Título: Nunca o nome do menino
Autor: Estevão Azevedo
Páginas: 196
Editora: Record
Ano: 2016
Literatura Nacional

Romance do autor vencedor do prêmio São Paulo de literatura 2015

Como assegurar que não somos meros sonhos de um criador que desconhecemos, e por que confiar em sua existência? Partindo do dilema borgiano de uma mulher que se vê personagem de uma obra de ficção e de todas as reflexões que passa a ter em função disso, Estevão Azevedo alinhava sutilmente referências literárias que vão de Homero a Vinicius de Moraes, passando por Camus, João Cabral de Melo Neto e, sobretudo, Machado de Assis. O resultado é um romance metaliterário, que, em vez de se propor erudito, sugere um pacto lúdico ao leitor.
Edição revista pelo autor, com posfácio inédito Estevão Azevedo tem contos publicados em revistas e na antologia de escritores brasileiros Popcorn unterm Zuckerhut – Junge brasilianische Literatur, lançada em 2013, na Alemanha. Tempo de espalhar pedras (Cosac Naify, 2014) foi eleito o Livro do Ano pelo Prêmio São Paulo de Literatura de 2015

Estevão Azevedo é um exímio explorador das palavras, das sílabas, da forma em que cada letra se encaixa na oração. É de uma precisão as vezes imprecisa, autor de frases de impacto que nos leva a uma narrativa impactante. 

Logo no primeiro capítulo somos introduzidos à uma mulher que amputou o dedo ao perceber que era personagem de um livro. Um tanto quanto dramático, mas que fisga o leitor logo nas primeiras frases. Seria isso verdadeiro? Sua suspeita era real? Ela realmente estava presa dentro de um livro e o autor a obrigava a seguir um roteiro? 

O que todo mundo busca é o alívio de enfim virar narrativa. O que não sabem é que eu, quando me vi em estado puro de escritura, quando descobri minhas veias como longa escrita cursiva, meus olhos como puro adjetivo, meu sangue como nanquim, minhas contradições, oximoros, meus poros, pontos finais, minha pele, metáfora, e meu desejo, hipérbole, quando o momento máximo de autoconhecimento não foi mais que uma peripécia, a angústia então foi tanta e tão intensa e tão romântica que pela primeira vez, desejei, mesmo sendo excessivamente feliz, morrer.


É preciso estar muito atento à escrita de Estevão, por vezes a personagem chama atenção para os leitores desatentos, conversa conosco como se fossemos cúmplices do autor que a deixara naquela situação. Ela nos relata como descobriu ser apenas uma personagem, e por trás dessa paranoia há uma vida correndo. 

Ela se distrai, faz coisas loucas, se diverte ao contar sua história enquanto por dentro não passa de um drama triste a qual ela quer se livrar. Ela quer ser apenas ela mesma, mas como ser você mesmo, se não sabe como você é? Ela foi criada por um autor, não há como ser ela mesma. Uma angústia nos sobe com tanto sentimento em antítese. 


Diante dessa novela, ainda há um menino. Ela o conheceu quando criança e mais tarde ele retornara a sua adolescência. Nunca o nome do menino nos deixa extasiados com a riqueza de detalhes, dramas carregados e peças interligadas de anos depois. Tudo se encaminha para um final fatal e embora parecesse que o leitor não poderia se surpreender mais, ele é surpreendido.

Estevão conseguiu com que ficássemos curiosos o livro todo, que devorássemos cada alcunha, cada particularidade. Nos deixou surpresos do início ao fim. Azevedo nos mata a cada fim de capítulo, a cada alternação entre o menino na adolescência e a mulher em sua vida adulta.  


Quem somos nós? Talvez também tenhamos o mesmo destino que essa moça. Somos apenas comandados por um autor? 
Era uma vez uma mulher linda linda linda e que por ser tão inteligente e ter tantas ideias malucas desde menina, acabou ficando maluca mesmo.

Essa é uma edição belíssima para uma história encantadora, à altura. A diagramação é bem feita, as folhas são amareladas e quase aveludadas, tal qual a capa. A leitura flui com uma naturalidade imensa, e embora tenhamos que prestar muito atenção às antíteses e metáforas, é um livro que vale a pena ser lido.


E você, o que achou deste livro? Leria? Deixe um comentário, vou adorar saber sua opinião! 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Dica de Leitura: Sorria, você está sendo iluminado!

Título: Sorria, você está sendo iluminado!
Autor: Felipe Guga
Páginas: 96
Ano: 2015
Editora: Galera Record

Um convite ao leitor para visões de mundo mais profundas, ideias jovens e novas atitudes.
Como descreveu o jornal O Globo, “foi um coração partido, esse amargo combustível, que empurrou Felipe Guga em direção a uma série de desenhos que fazem sucesso on-line” – já são quase 100 mil seguidores no Instagram.
De Osho a Gandhi, de Jesus a Neil Young. O trabalho do artista se inspira em aforismos diversos, e as frases motivacionais se misturam a desenhos modernos e contestadores para espalhar luz, amor e gratidão.
Guga traz consigo o dom de acender a esperança nos corações dos que o seguem, mas também sabe adotar um tom provocador, daquele que nos tira da zona de conforto do dia a dia e faz pensar. Sua arte, exposta ao público, vai além do contemplativo.
Um ótimo presente, para os queridos ou para si mesmo, este é um daqueles livros que provoca emoções e faz refletir sobre o poder da fé. Que traduz sentimentos em cores e nos faz sorrir, quando confrontados à iluminação da arte.

Felipe Guga conseguiu reunir várias frases prontas a suas ilustrações. Neste livro, tudo gira em torno da luz, seja ela física ou espiritual. Este não é um livro religioso, é um livro que busca te trazer paz através de reflexões bem simples.


Este é um livro que fala de amor, casamentos, relacionamentos a dois, amizade e tudo o que a relação humana pode proporcionar. Seja carinho, ódio, ou desinteresse.


Fala sobre as dificuldades que temos em lidar com pessoas diferentes da gente, e de como relações assim podem agregar conhecimento. Além de tentar nos ensinar a sermos pessoas melhores para nós mesmos.


Há também vários trechos de músicas, além de referências a ela. É possível se sentir em casa com um pouco de familiaridade.


Um órgão que aparece frequentemente neste livro é o coração. Há várias ilustrações dele, e uma das que mais gostei.


Este é um ótimo livro para se presentar ou presentear um ente querido. Pense nisso!


E aí, o que você achou? Ficou com vontade de ter este livro em mãos? Deixe um comentário!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Resenha: Sozinhos no Escuro - Jessé Diniz

Título: Sozinhos no Escuro
Autor: Jessé Diniz
Páginas: 216
Ano: 2014
Editora: Selo Jovem

Literatura Brasileira, aventura, ficção.
Jason está prestes a completar dezoito anos e, como muitos meninos de sua idade, não é o mais popular do colégio. Na maior parte do seu tempo fica sozinho, ou então, com seus três únicos amigos. Essa amizade será ainda mais fortalecida quando eles descobrirem responsáveis em impedir uma guerra que poderia acabar com a raça humana, transformando o mundo em que vivemos num lugar sombrio, cheio de trevas. O pior de tudo? Eles já começaram em desvantagem.


Prestes a completar dezoito anos, Jason se vê em uma situação crítica. Ao sair para ir ao colégio, percebe que não há ninguém em casa, e o mais estranho, não há ninguém na rua e na vizinhança além do gélido vento. O que terá acontecido? 

Antes que os quatro amigos pudessem entender o que estava acontecendo, eles são abordados pelo Arcanjo Gabriel, em pessoa. O que esse ser teria para falar com quatro adolescentes que mal sabem se defender? Isso mesmo, que eles foram escolhidos para combater um apocalipse zumbi! Nomeados os quatro anjos do apocalipse, eles terão a missão de impedir que o mal se instale definitivamente na terra!
Assim como acredito em Céu, também acredito em inferno. Assim como acredito em Deus, também acredito em Lúcifer. Assim como acredito em anjos e arcanjos, também acredito em seres infernais. Agora, passei a acreditar em zumbis. E o pior de tudo é saber que é minha a missão de transformar os não-mortos em mortos de verdade. Eu sou Jason Phoenix. Sou um Anjo do Apocalipse.

Em busca de completar essa missão, Jason, Jessica, Zack e Belle, se meterão em muita confusão. Além de matar vários zumbis durante essa aventura, terão também que armar um plano para derrotar o líder do mal. Embora os mocinhos estarem enrascados, também os vilões estão. Em Sozinhos no Escuro, poucas coisas dão certo, sejam para os mocinhos como para os vilões. 

Este é um livro juvenil, portanto as cenas foram escritas de forma a que não cause espanto naqueles que o leem, mesmo que sejam mais novos. Sozinhos no Escuro nos ensina a enfrentar nossos medos e a fazer o que for preciso para salvar um amigo. Isso nos faz lembrar um pouco de Percy Jackson.


No meio de toda essa agrura, os personagens conseguiram se manter juntos, brincavam ao longo das batalhas e não se deixavam abater por tudo que estava acontecendo. Há ainda uma história de amor inesperada entre uma luta e outra. 

Os capítulos não são tão longos e a diagramação está excelente. A narrativa em si foi boa, embora o autor tenha dado prioridades duvidosas para alguns detalhes e deixado coisas que poderiam ter sido importantes de fora. Ele focou muito na vestimenta dos personagens, mas esqueceu-se de dizer como eles estavam se sentindo durante todo aquele perigo. Algumas crises foram citadas, mas nada sobre a personalidade dos personagens, que vamos ter de descobrir a medida que eles interagem uns com os outros. 


Jessé Diniz nasceu em Osasco no dia 20 de outubro de 1994, atualmente reside em Lins/SP, com seus pais e seu irmão caçula. Estudante de bacharelado em sistemas de informação, interessou-se por livros logo que aprendeu a ler, aos seis anos. Sempre se destacou em redações e textos escolares e, aos dezesseis anos, decidiu criar suas próprias histórias. Sozinhos no escuro é seu romance de estreia.

E então, se interessou pelo livro? Deixe seu comentário!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Resenha: Terra Amaldiçoada - Douglas Lobo

Título: Terra Amaldiçoada
Autor: Douglas Lobo
Páginas: 165
Ano: 2015
Produção Independente
Nacional

Demitido de seu emprego em São Paulo, Fabrício Machado retorna a sua terra natal, no interior do Piauí. Ali, espera reavaliar sua vida para decidir o rumo a seguir. Logo porém ele descobre que o ambiente rural arcaico onde cresceu está em extinção. O progresso chegou, ameaçando sua fazenda, sua família e todo um modo de vida. Quando uma série de assassinatos começa a ocorrer, Fabrício desconfia que uma presença maligna assombra sua terra. Uma força aterrorizante que não cessará de matar até que se vingue do mundo que a criou.

Terra Amaldiçoada é um livro nacional de suspense. Ao chegar na sua antiga casa, numa fazenda no interior do Piauí, Fabrício passa a perceber estranhos acontecimentos. Desde mortes de animais de uma forma nunca antes vista, a assassinatos suspeitos de pessoas conhecidas. 

Fabrício já não gostava daquele lugar antes, ele não nasceu para cuidar da terra, e embora seu irmão diga a ele que ele deva isso ao pai dele, ele não pensa desta forma. Com os estranhos acontecimentos e sua mãe doente, Fabrício tem de ficar para proteger sua família e descobrir o que está acontecendo. 
Quantas pessoas ainda viviam assim, colocando algo abstrato como a tradição acima de seus interesses? Onde ficava a vontade do indivíduo, que deveria ser o mais importante? 

Há um conflito interior pelo protagonista, ele não consegue decidir se deve ficar com seus conhecidos, por mais que não goste do local, ou voltar para uma metrópole em que é apenas mais um. Deve ele abdicar do que quer, para fazer o que é certo? 
Quando criança, os adultos davam a ele a impressão de terem controle sobre suas vidas. Adulto ele próprio, aprendeu que a maioria não tem. Vivem um dia depois do outro, sem um plano, sem ambições, reagindo mais do que agindo. Constroem suas vidas em resposta às situações: empregos, casamento, filhos, dívidas, demissões.
Acabamos por entrar neste conflito, nos parece tão simples a primeira vez em que nos é colocado as opções, mas depois que passamos a conhecer as reais circunstâncias, também ficamos em dúvida.


Terra Amaldiçoada é muito bem escrito e nos fazem querer mais. É uma  trama muito bem amarrada. A escrita nos prende e o leitor não consegue parar de ler. Nada é dito sem precisão, e os detalhes nos deixa curiosos para saber o que se segue. 
Quando criança, ele não notava isso, mas agora percebeu: poder, dinheiro e status eram o que motivava aquela elite agrária. Do mesmo modo que os clientes com os quais lidava na agência. E tinha que reconhecer: aqueles homens sabiam o que queriam. e ele?
Eu senti medo com este livro. A cada nova frase eu me segurava na cadeira e esperava pelo pior, mesmo torcendo para que os personagens se salvassem. Enquanto eu tentava entender o porquê de tudo estar acontecendo juntamente com os personagens, eu buscava compreender também o sentimento dos personagens naquela loucura toda. 
Ele tendia a rejeitar o sobrenatural por princípio. Mas desde que chegara ali, o incidente na antiga área indígena ocupava sua mente. E ele o via agora com riqueza de detalhes, como se o ambiente físico o tivesse reavivado em sua memória. Ele via aquele dia como se tivesse acabado de ocorrer...

Cada personagem tem uma forma característica de falar e pensar, isso fez com que fosse possível dar voz a cada um deles. As falas não eram sinalizadas com travessões, e sim com aspas, o que nos pedia atenção ao ler para não se perder.
Trabalho duro? Marcando gado com ferro? Usando queimadas pra criar áreas de plantação? Vocês não trabalham a terra; são parasitas dela.
A diagramação é ótima, embora as letras sejam pequenas. Os capítulos são curtos e bem concentrados. Os detalhes no início de cada capítulo dá um ar de suspense. A única coisa que me desagradou foi o final. Por mais que eu esperasse por algo, o modo como foi revelado não me deixou satisfeita. Não queria que tivesse uma explicação. O fato de ter uma explicação fez com que eu perdesse o interesse. 



Douglas Lobo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceara, Douglas Lobo e autor dos romances "Terra Amaldiçoada" (2015) e "O Ultimo Natal de um Homem Rico" (2017). Natural de Valença do Piaui, cresceu em Fortaleza, onde voltou a morar em 2016, depois de dez anos no Rio de Janeiro.

E vocês, o que acharam? Leriam Terra Amaldiçoada? Deixe seu comentário!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Resenha: Cravos - Julia Wähmann

Título: Cravos
Autora: Julia Wähmann
Páginas: 144
Editora: Record
Ano: 2016

Poemas, poesias, literatura nacional

A experiência da leitura deste livro aproxima-se à de um balé do qual se faz parte como espectador bailarino, deslizando-se da densidade de um encontro incendiário às lágrimas que inundarão os olhos em horas impróprias. Uma voz fala de contatos intermitentes (em palcos e na vida) como quem divide segredos e confessa um atraso. Mas, quando se expressa, reorganiza o tempo e já não há espaços vazios. Mesmo quando as engrenagens do corpo rangem, uma desmedida de afetos inventa o possível no romance impossível. Suspendem-se assim os hiatos entre a mulher de dedos longos que contam notas de dinheiro encharcadas e o homem que enxerga ali uma dança de Pina Bausch – e entre eles e nós.
Julia Wähmann é escritora e colunista do coletivo Ornitorrinco. Formada em designer gráfico, trabalhou na área de moda e no mercado editorial. Cravos é seu livro de estreia na Editora Record.

Não se sabe quem narra. Não nos é dito nomes, idade ou aparência. Sabemos que é uma mulher e que ela gosta de dança, ama uma pessoa não pode ter e sofre com isso. Pode ser que ela não tenha ficado esperando, mas a todos os dias ela pensou nessa pessoa.

Ela se submete a cada situação para passar o mínimo de tempo com ele. Aconchegar seu corpo em seus braços e ver o seu sorriso encantador. Aquele tipo de sorriso que mesmo depois da maior merda feita, conquista qualquer mulher - ou, ela, tão submissa a ele internamente. 


Ela se anula, anula suas vontades, anula sua personalidade e bem estar para favorecer a ele. Ela deixa que ele jogue seu charme para cima dela, mesmo depois de tê-la magoado. É um lance cheio de indas e vindas, ele sempre ia, até que ela resolveu ir, e mesmo assim, ela sentiu como se ele que a deixasse (de novo).

É muito bonito da parte dela persistir nesse amor que ela sente, embora pareça que ele não sinta nada além de paixão. Sinceramente, achei um pouco pedante da parte dela se deixar levar por todo esse caso romantizado. Até metade do livro a odiei por parecer tão frágil diante dele, e o odiei ainda mais por não tratá-la da forma que ele mereceria.


É quase um diário, com textos de como foi seu dia, como é sua torina, e ao longo do dia como ela pensou nele ao ver uma cena boba. É uma garota que gosta de dança e que a experiencia de uma forma única, a cada movimento seu, a cada visão pela janela, a cada observação de alguém na rua. Ela deixa-se levar pela sensação que os bailarinos a causam. 

O nome do livro faz referência a uma peça em alemão. O elefante na capa faz alusão a um filhote que se jogou de um trem ou ponto, não sei ao certo, pode ser invenção minha, ou imaginação da própria personagem.


Cravos é um livro poético, feito por uma mulher que é feita de poesia, que gosta de poesia. Ela se apega aos detalhes e descreve os movimentos do balé tão expressivamente que podemos nos sentir na platéia, ou, se nos permitirmos, na própria dança.

É um livro curto, fácil de ler, melhor que seja de uma vez para não se perder nos acontecimentos que se fazem presentes em apenas uma página, e muitas vezes várias páginas de apenas uma linha. Seu primeiro romance, que a princípio pareceu um livro de poesia e contos.

 

A partir do meio eu gostei mais, embora tenha ficado mais abstrato. Quase sentimos o que a personagem sente nos seus momentos de inspiração. Este é um livro que valha a pena ler, se você perdoar a personagem por sua insistência nesse amor. E você, o que achou? Leria este livro? Deixe um comentário! 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

3 Motivos para ler George, de Alex Gino

Título: George
Autor: Alex Gino
Tradução:
Páginas: 144
Editora: Galera Júnior
Ano: 2016

Seja quem você é. Quando as pessoas olham para George, acham que veem um menino. Mas ela sabe que não é um menino. Sabe que é menina. George acha que terá que guardar esse segredo para sempre: ser uma menina presa em um corpo de menino. Até que sua professora anuncia que a turma irá encenar “A teia de Charlotte”, e George quer muito ser Charlotte, a aranha e protagonista da peça. Mas a professora diz que ela nem pode tentar o papel porque... é um menino. Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, George elabora um plano. E depois que executá-lo todos saberão que ela pode ser Charlotte — e entenderão quem ela é de verdade também.
George é um livro que está todo mundo lendo, mas, o que esse livro tem de tão especial? Que tal descobrir agora? Resolvi listar apenas 3 motivos para que você queira ler George, vamos lá!


George é uma garota!

George tem 10 anos, e nasceu biologicamente como um menino e as pessoas passaram a tratá-lo desta maneira. Mas mesmo quando era menor, George sentia-se uma garota. Ela gostaria de fazer coisas de garotas, colocar roupas de garotas e ser quem ela realmente é. Quando ela olha para seu corpo, sabe que tem algo errado, o que está no meio de suas pernas não a pertence. Embora seja uma criança, George tem pleno conhecimento que ela é uma garota, são pensamentos ingênuos, nada libidinoso ou sexual, e isso foi o que me conquistou neste livro. Ela guarda esse segredo por muito tempo, até sentir-se confortável para falar com alguém sobre. 



Kelly é uma super amiga

George tem uma melhor amiga, Kelly, que não sabe do seu segredo. Kelly apoia George no que ela precisar. Mesmo que George dissesse a Kelly que é uma garota, ela continuaria a gostar dela. Kelly está sempre lá para o que a amiga precisar, é a típica pessoa que você gostaria que estivesse ao seu lado. Quando George diz que quer fazer o papel de Charlotte na peça da escola, é Kelly que ajuda a bolar um plano para que a amiga consiga o papel.



George nos mostra como lutar

George quer fazer o papel de Charlotte na peça da escola, mas não pode fazer o teste pois é um menino. Mesmo com todos dizendo que os meninos só fariam o teste para um personagem masculino, George persevera e faz de tudo para fazer o teste. Com ele, aprendemos que devemos tentar ao máximo, mesmo que as chances sejam pequenas. 


George é um livro bem escrito. Conseguimos imaginar o que uma garota sente presa ao corpo de um menino. É preciso falar sobre crianças transgêneros, é preciso discutir esse tema.  A forma em que a transgeneridade é abordada aqui é muito ingênua, da forma que uma criança pensa, inocente, sem malícias. 


No início ficamos confusos com o tratamento que o narrador dá a George. Os pronomes estão no feminino, mas as pessoas tratam George como menino, afinal, não sabiam o que ela realmente sentia. Ao longo do livro vamos acostumando e acabamos por também tratar George no feminino, da maneira que ela gostaria que a tratássemos. 


E então, ficou com vontade de ler este livro? O que achou? Deixe seu comentário!

domingo, 9 de outubro de 2016

Dica de Leitura: Diário de Andrés Fava - Julio Cortázar

Título: Diário de Andrés Fava
Autor: Julio Cortázar
Tradução: Mario Pontes
Páginas: 128
Ano: 2016
Editora: Civilização Brasileira

O ponto de partida para o melhor Cortázar, com seus símbolos e enigmas Diário de Andrés Fava é composto de pequenas observações, anedotas, relatos brevíssimos, citações, diálogos, formando o que o próprio autor mais tarde chamaria de miscelânea como ele denominava livros como Histórias de cronópios e de famas, A volta ao dia em 80 mundos e Um tal Lucas. Foi escrito em Buenos Aires em 1950, concebido como parte do romance El examen, no qual o intelectual portenho Andrés Fava é personagem. Diário é, também, o ponto de partida para o melhor Cortázar, com seus símbolos e enigmas, os mesmos que fizeram do autor de O jogo da amarelinha um poeta em que a metáfora conviveu sempre com uma imaginação radical, imensa paixão literária e irreverente bom humor. Quem conhece a obra de Cortázar reconhecerá neste livro as questões que o atormentaram até a morte, os autores que o ajudaram a esclarecê-las e, sobretudo, seu estilo original e inconfundível, que salta do grave ao cômico, do anedótico ao reflexivo, com a desenvoltura de um improviso jazzístico, multiplicando surpresas que iluminam ao mesmo tempo a literatura e a vida.

Informações importantes: 

Julio Cortázar é um dos grandes autores latino-americanos, muito lido nas universidades e sempre com um público jovem interessado na sua obra. Inspirou vários filmes, entre eles, Blow-Up – Depois daquele beijo, de Michelangelo Antonioni, e Week End, de Jean-Luc Godard.

Diário de Andrés Fava foi escrito em Buenos Aires em 1950, como parte do romance El examen, no qual o intelectual portenho Andrés Fava é personagem. Faz pouquíssimas referencias aos incidentes e personagens do romance, porém é rico em elementos autobiográficos e em reflexões expressas com humor e melancolia, em torno de questões éticas, estéticas e literárias que preocupam Cortázar durante toda a vida. 

O diário foi excluído do corpo do romance, mas Cortázar o conservou cuidadosamente, como todos os textos que considerava "prontos" e dignos de serem publicados em algum momento. 


Por se tratar de um diário, há muitos devaneios e somos levados pela mente do eu-lírico. Entramos em mundo cheio de ideias que fluem a todo instante, diferentes imagens que se chocam e causam êxtase no leitor. 
Ainda sobre o suposto "sofrimento" do escritor: se de fato tens de sofrer, que não seja por causa do que escreves, mas como o fazes.
Há resenhas e críticas a livros que o narrador leu, filmes que viu. Há citações de escritores que Cortázar admira e de quem obteve influencia para seus escritos. Há muitas referencias a poemas e trechos de livros antigos, alguns dos quais nem foram publicados no Brasil.

Assim, não há outra saída a não ser elevar a linguagem até que alcance a autonomia total. Nos grandes poetas, as palavras não levam consigo o pensamento; são o pensamento. Que, claro, não é mais pensamento, e sim verbo.

Há períodos em que o leitor se perde em meio a dor e sofrimento do eu-lírico. Muitas passagens em que nos identificamos com a agonia e cólera do personagem. Somos bombardeados com frases vindas do âmago do autor, seus pensamentos mais profundos.
Num diário de vida, não se contam as mortes.

Entramos em um universo, que muitas vezes não somos capazes de identificar o que está acontecendo. Somos levados a ler até que algo faça sentido e retomemos o fio da meada. Para quem não leu o romance do qual este diário se originou, fica ainda mais difícil. E principalmente para quem não se foca nos detalhes, se perder é bem fácil.
Escrever o romance do nada. Em que tudo jogue de tal modo que o leitor possa perceber que o horrível tema da obra é não ter tema.
Esse é um livro curto, que vale a pena ser lido. Para se refletir sobre os temas nele abordados e para dar aquele leg no seu cérebro. E você, o que achou? Gostaria de ler esse livro? Deixe sua opinião nos comentários! 

sábado, 8 de outubro de 2016

Resenha: Primeiros Contos de Truman Capote

Título: Primeiros Contos de Truman Capote
Autor: Truman Capote
Tradutor:Clóvis Marques
Páginas: 160
Ano: 2016
Editora: José Olympio
Contos/Literatura estrangeira

Reunião de contos inéditos, descobertos em 2013, na Biblioteca Pública de Nova York. Textos curtos e fortes, que já demonstram o talento para narrar histórias e a capacidade de empatia do autor, que se tornaria um dos mais importantes escritores do século XX com os emblemáticos Bonequinha de luxo e A sangue frio. Se os contos encontrados neste livro pudessem ser lidos como cinema, nos remeteriam aos filmes de Lucrecia Martel: as cenas são cotidianas e quase banais, mas ao entrar nas histórias, a sensação é de uma constante tensão. A atenção ao detalhe pareceria sem importância se não fosse um dos motores para sentirmos uma catástrofe iminente, que pode ser desencadeada a qualquer momento ou até não acontecer. De todo modo, ficamos muito próximos dos personagens e nos identificamos com eles, como se o autor tocasse na vida sem tentar explicá-la. Bonequinha de luxo foi adaptado para o cinema em 1961.

A atuação de Audrey Hepburn tornou a personagem inesquecível e seu criador, Capote, mundialmente conhecido. Com tradução bem-cuidada de Clóvis Marques, o livro contém prefácio do escritor, crítico e colaborador da revista The New Yorker Hilton Als.


Está claro que os Primeiros Contos de Truman Capote são mesmo primeiros contos. São contos bem desenvolvidos com escrita que remete aos contos mais maduros do autor. Embora seja principiante, Capote demonstra uma sabedoria inata ao formar frases impactantes na forma em que narra os acontecimentos.
Os manuscritos representam uma rara oportunidade de avaliar como um escritor de dons inatos excepcionais ainda precisa se aperfeiçoar. David Ebershoff, Random House. 
Nos contos, o autor narra o que vê, nunca o que sente. Ao contar as história, se vale de desvios para sondar o próprio coração. Ele tenta adivinhar o que o personagem sente, em vez de tentar se colocar ao lugar dele, como em alguns contos em que as protagonistas são negras.

A maioria dos jovens autores começa reproduzindo na página escrita alguma versão de si mesmos. David Ebershoff, Random House.
Capote por ser homossexual, tenta encontrar um lugar em que se encaixe, tal qual seus personagens. Ele contempla seus personagens como se fosse um espelho, a citar Louise, uma mestiça em colégio de brancos, e Lucy, uma negra nascida em clima quente tentando se acostumar ao clima frio de Nova York.
Capote contemplando os outros, em vez do espelho, como se já soubesse que a empatia viria a se tornar um elemento central de sua arte. 

Os contos são curtos, com frases claras e imagens precisas, linguagem ao mesmo tempo vigorosa e leve. Há um olhar cinematográfico na escrita de Capote, que faz com que imaginemos a cena a medida que é descrita. 
Quatro cadeiras e uma mesa. Na mesa, papel - nas cadeiras, homens. Janelas dando para a rua. Na rua, gente - batendo nas janelas, chuva.
Nesses contos há uma pitada de sombrio, como se a qualquer momento algo ruim pudesse acontecer - e acontece. Isso é causado devido a atenção que Truman dá aos detalhes, o que nos deixa atentos para uma catástrofe iminente. 

Alguns dos contos são observações feitas por alguém, é como se sua vida fosse observada e recontada, e você não fosse o protagonista da sua própria história. A breve história de mulheres negras é narrada, sem a preocupação com o que elas estão sentindo e sim com o que elas parecem sentir. 
Sentiu como se talvez tivesse nascido para ser solitária, exatamente como certas pessoas nascem cegas ou surdas.

São história de amor, de perdas, despedidas, mortes (e muitas), saudades, arrependimentos. Histórias que mereciam ser contadas. Histórias que nos fazem refletir e que nos desperta o desejo de querer mais, de saber como aquele casal estaria 30 anos depois e como aquela história terminou. 
Agora que estava quase lá, não queria mais caminhar. Enquanto não tivessem de fato se despedido, ele ainda era dela. Então sentou-se na macia relva da noite à beira da estrada a esperá-lo.
Nos é contado apenas o que se viu, apenas o fato que culminou na história. Não se fala o final, não se conta o que se sucedeu. Ficamos á deriva num mar de histórias sem um final, e é exatamente por isso que cada uma das histórias dos contos é linda.
Lia bastante poesia, mas não entendi muito do assunto, apenas gostava do som das palavras e às vezes dos sentimentos por trás delas.
Este é um livro que deva ser lido e apreciado. E você, o que achou? Se interessou pela história? Deixe um comentário!

domingo, 3 de julho de 2016

Bowie: As facetas de uma metamorfose enigmática

Título: BOWIE
Autor: Wendy Leigh
Páginas: 322
Editora: Best Seller
Ano: 2016
Leigh traça toda a trajetória do músico, desde a infância em sua família problemática, passando pela juventude desvairada em busca do sucesso, até atingir o estrelato e se tornar uma entidade única e inigualável da cultura popular contemporânea. Descritas fielmente neste livro, a subversão e a criatividade, algumas das características mais marcantes do astro britânico, não apenas o destacam de seus colegas de profissão, mas são responsáveis pelo charme de Bowie, que cativou milhões de fãs em todo o mundo. Este é o registro mais íntimo e revelador da vida de um dos maiores ícones da história recente. Bowie é, portanto, uma leitura indispensável para todos aqueles que ainda não se contentaram em dizer adeus a David.
A autora best-seller Wendy Leigh já escreveu 16 livros, dentre os quais: Prince Charming: The John F. Kennedy Jr. Story e The Secret Letters of Marilyn Monroe & Jacqueline Kennedy. Além de David Bowie, ela também assinou as biografias de Patrick Swayze e Arnold Scwarzenegger.
Leigh tem uma forma de cativar o leitor logo nas primeiras páginas. Ela faz com que fiquemos ávidos pelas revelações que ela tem a dizer, a ânsia de saber sobre a vida de David nos move a ler vorazmente cada página desta biografia.


David, o garoto tão notável quando jovem, e tão amado em sua carreira, não foi tão amado assim em sua casa. Sua mãe Peggy, não tinha muito afeto pelo garoto, ou ao menos não conseguia demonstrar isso. Por mais que tentasse, parecia uma mulher fria com pouca afeição ao filho. Já seu pai, John Jones sempre esteve presente e parecia um pouco mais amável.

A falta de apego da família pôde ter influenciado nas raízes de David. Desde cedo, dizia não acreditar no amor, que a forma como ele era pregado era uma mera convenção. Para ele, o amor certamente não seria possessivo, e sim livre. Ele demonstrou isso ao longo de sua vida, ao se relacionar com várias pessoas, homens e mulheres, gozando de todo o prazer que poderia ter com eles. 


Quando criança, David sofria bullying por ser canhoto, diziam que ele era uma aberração. Nunca foi aceito por ser da maneira que era, e por mais que sua professora tentasse fazer com que ele escrevesse com a mão direita, ele persistiu e continuou fazendo as coisas com a mão esquerda. 

Tanto a falta de afeição em casa pela sua família, como a rejeição por parte da sociedade por ser canhoto, fez com que Bowie se retraísse, e ele lidou com isso de uma maneira peculiar, tal qual ele era:
"Aquilo me isolou imediatamente. Eu não me sentia igual aos outros por causa daquilo... Então acho que talvez tenha sido um daqueles avisos de como eu ia avaliar a minha jornada pela vida: tudo bem, eu não sou igual a vocês, seus filhos da puta, então serei melhor que vocês."

Apesar disso, seu pai foi seu grande esteio em sua vida e carreira. David teve muitas experiências baseadas no que seu pai lhe ensinou e tentou ensinar. Por ser um empresário nato, seu pai o influenciou a ouvir diversos tipos de música. E sempre que ele quisesse um disco que acabara de sair, seu pai conseguia um para ele. 
Meu pai abriu meu mundo, ele me ensinou o hábito da leitura. Eu obtive muita informação, muitas das coisas que eu queria fazer vieram dos livros. 
Sua mãe veio de uma família musical. Todos tinham um talento ligado a música, quando ouvia ao rádio, Peggy cantava com tanto afinco certas músicas que impressionava o pequeno David. Por mais que tenha sido uma mãe distante em termos de afeto, ela sempre cuidou bem do garoto e lhe ensinou coisas boas. 
Eu era um garoto que amava ficar no quarto lendo e alimentando ideias. Vivia muito na minha imaginação. Foi um grande esforço me tornar um animal social. 


David passou por um período sombrio em sua vida, se envolveu com drogas e álcool e chegou a pensar que iria afundar. Porém, conseguiu se reerguer e desde então, tentava ajudar quem quer que fosse a sair desse mundo. Ele percebia nas pessoas o desejo de viver, e como tinha passado por algo parecido, tentava a todo custo dar algum tipo de motivação às pessoas a sua volta que sofriam com tais vícios.

Além disso, seu histórico familiar não era dos melhores. Por parte materna, a maioria de seus parentes haviam sido diagnosticados com algum tipo de doença mental, sua tia Vivienne sofria de esquizofrenia, Una, também diagnosticada com esquizofrenia, foi enviada a uma instituição mental, submetida com tratamentos arcaicos e acabou morrendo antes dos 30, já Nora, diagnosticada com psicose maníaco-depressiva e o mais aterrorizante de tudo: passou por uma lobotomia. 

Bowie chegou a comentar sobre isso com uma modelo a qual teve um relacionamento de 2 anos, mas passou despercebido por ela achar que seria apenas peculiaridade. Já à Angie, sua primeira mulher, confidenciou que tinha medo de enlouquecer e vivia com esse fantasma o assombrando. 
Isso me preocupa às vezes, porque não sei se está nos meus genes e se também vou acabar assim.

Desde muito jovem, David despertava nas pessoas certo apreço, ele exalava sexualidade por onde passava, e isso não o impediu de usar seus dotes para se tornar um astro. As pessoas se apaixonavam por ele com tanta naturalidade, e ele não fazia nada além de ser ele mesmo para conseguir isso. 
"Ele tinha uma maneira de se sentar em uma cadeira e olhar para você com certa intensidade. Conseguia olhar como se os olhos estivessem levemente fechados, mas então você percebi que na verdade estavam bem abertos e ficava com a impressão de que, enquanto estava falando com ele, cada palavra que você dizia estava sendo analisada e dissecada e uma opinião se formava na mente dele."
Apesar de ser uma alma livre, isso não o impediu que vivesse diversos romances. Muitos deles ao mesmo tempo. Ele era um homem do mundo, o que desapontou várias pessoas que queriam algo mais sério com ele. 


Ao escrever esse livro, Leigh fez com que amássemos Bowie talvez na mesma medida que seus amantes o amaram. Ela fala com tanta precisão que nos faz duvidar dos nossos próprios pensamentos. Ela descreve Bowie como uma alma desejável e gentil, nos faz crer que tudo o que ela escreveu sobre ele seja a visão verdadeira dos acontecimentos. 

A autora defende David com tanto afinco, que mesmo atitudes e fatos questionáveis são apenas um detalhe a mais da magnífica personalidade de Bowie. Não questiono sua boa índole, mas sim várias atitudes aqui descritas como aceitáveis. Por ser inconsequente, ele acabou machucando várias pessoas e isso foi abafado pela sua magnificência. 


Wendy Leigh se propôs a revelar o homem por trás da imagem do artista, mas acabou por esfumaçar a verdade com suas colocações. Por mais que as palavras queiram dizer a verdade, suas conjunções foram colocadas propositalmente de modo que passasse despercebido certas nuances da alma de Bowie. 

Neste livro, a autora retrata a jornada do artista rumo ao estrelado, por meio de entrevistas com ex namoradas, amantes, fãs e parceiros musicais. A autora ainda aborda a parceria de Bowie com famosos do ramo, cita ainda Mick Jagger, John Lennon entre outros. 

Ela conta o degradê de sua sexualidade com bastante ênfase em seu apreço por homens em determinada época de sua vida. Nesta biografia, ela ressalta muitas facetas do artista que ele foi, de sua rebeldia e criatividade. 


Este é um livro que vale a pena ser lido, seja por fãs ou por pessoas que não conheciam Bowie. É um retrato íntimo de uma personalidade icônica que simplesmente revolucionou o mundo da música. 

Wendy Leigh é autora best-seller de 13 livros, incluindo Bowie, Prince Charming: The John F. Kennedy Jr Story e The Secret Letters of Marilyn Monroe & Jacqueline Kennedy, além de ser coautora de A vida com minha irmã Madonna, Jeannie Out of the Bottle e Shirley Jones.

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