quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Livros brasileiros que ganharam versão no cinema.

A literatura brasileira inicia-se com o quinhentismo, em meados de 1500 com a carta de Pero Vaz de Caminha aos portugueses, com a finalidade de informar o que fora encontrado no Brasil. Surgiram várias estéticas literárias, e muitas das obras que representam esses períodos foram transformados em filmes. Dentre eles, cito algumas contribuições do cinema brasileiro importantes para a formação da identidade do país.

Memórias Póstumas de Brás Cubas
Escrito pelo autor realista Machado de Assis. Após sua morte, Brás Cubas decide escrever um livro, contanto como fora sua morte. A narração é coberta de arrependimentos e lamentações, onde Brás admite não ter tido filhos, para não transmitir o legado da miséria.
Confira o Trailer:

Dom Casmurro
Saiba qual o mistério que este livro carrega. Na narração, Machado deixa pistas que contribuem para o crescimento do mistério. Capitu, com olhos de ressaca e olhar oblíquos e dissimulados é um labirinto a qual ainda não obtiveram saída. Terá Bentinho sido traído?

Primo Basílio
Com uma vida cheia de regras e entediante, Luísa vê na chegada de primo Basílio uma aventura. O tema central do livro é o adultério, onde Eça de Queiroz procura uma discussão acerca da moral da sociedade. Com linguagem coloquial e direta, o autor faz uma análise minuciosa da sociedade de seu tempo, passada também para o filme.

São Bernardo
Escrito por Graciliano Ramos. Após a morte de sua esposa, Paulo Honório decide escrever um livro, o qual contaria seus progressos e arrependimentos. Para atingir seus objetivos, não teve escrúpulos e passou por cima de quem quer que fosse. Seu ciume doentio acabou por matar indiretamente sua mulher, Madalena.

Vidas Secas
Os personagens estão como a terra, seca, árida, sem esperança. A falta de água culmina na migração de Fabiano e sua família para um lugar melhor. Sobrevivem sem diálogos e sem amor, em um habitat selvagem assim como suas personalidades. Os seres quase primitivos buscam um meio de viver, que não sejam condenados à morte junto aos gados. Devido a fome, estão sem tempo para pensar em afetos e abraçar-se. Também de Graciliano Ramos.

A Hora da Estrela
Escrito pelo Rodrigo S.M, alter-ego de Clarice Lispector, a vida de Macabéa, uma alagoana sem beleza ou personalidade é narrada ao longo das páginas. É explorado tanto o superficial como o íntimo da personagem. Uma vida indiferente assim como ela, passa despercebido tanto a quem está a seu redor, quanto a si mesma. Se fosse jogado à terra seu corpo morto, nem os bichos a comeriam devido tamanha inutilidade.


Senhora
José de Alencar retrata uma jovem pobre que apaixonou-se, mas seu pretendido escolheu casar-se com outra devido ao dote. Aurélia Camargo recebe uma herança, que culmina em um contrato com Fernando Seixas, seu amado passado (e atual). No contrato, há uma cláusula que afirma que os noivos só se conhecerão no dia do casamento. Aurélia compra Fernando, apenas para servir de papel de marido que toda mulher com tal vida social deva ter. Ele fora nada mais do que um objeto desprezado e criticado.

Iracema
Também de José de Alencar.A virgem dos lábios de mel apaixona-se pelo português Martin. Dentre cenários selvagens e verbetes indígenas, o pano de fundo é a miscigenação que houve no brasil. A virgem tabajara guardava os segredos de jurema, e preparava a bebida alucinógena para os guerreiros da tribo, a mando de Pajé, seu pai. Após perder a pureza Iracema foge na mata com o amado seduzido.

O Triste Fim de Policarpo Quaresma
Até seu nome é sofrido. Homem instruído e culto era tachado maluco por ter tantos livros. Defendia o uso da linguagem indígena, já que os índio são os verdadeiros brasileiros, segundo ele. Patriota a ponto de idealizar uma sociedade a qual nunca daria certo. Policarpo acabara num hospício por ter ideias tão revolucionárias, fora de seu tempo. Escrito por Lima Barreto.

O Cortiço
Aluísio Azevedo retrata o cortiço como personagem principal, que abriga os mais selvagens instintos. Povoados por lavadeiras, trabalhadores e malandro. Por ser naturalista, a obra busca deixar clara as influencias do meio. Os moradores são vistos e representados como animais.  Bortoleza fora denunciada como fugida, vendo-se sem escolha, cravou-lhe a faca em suas tripas, a mesma que estava a limpar os peixes. Preferiu a morte a ser presa, e não teve medo de o fazer.

Macunaíma
O herói sem nenhum caráter, como já indicara Mário de Andrade. Desde pequeno fora o anti-herói. Só começou a caminhar quando tinha 6 anos, e só falava quando alguém lhe dava uma moeda. A trama é a explicação mítica para a miscigenação, por entre aventuras surrealistas, Macunaíma sai em busca de um amuleto roubado. Fantasia e realidade misturam-se no universo literário, a fim de embasar a origem da mistura entre raças.

Espero que tenham se interessado por ler alguns dos livros ou assistir alguns dos filmes. Embora sejam antigos, algumas representam o ser humano de uma forma geral, seja psicologicamente ou instintamente. São clássicos da literatura brasileira, pois contribuem com a cultura do país. 
Em breve farei uma resenha crítica de cada obra, contrastando livro e filme, a fim de analisar a fundo tais narrativas. Fiquem atentos. Até mais.

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